Senado Aprova Conselheiro de Trump para o Federal Reserve em Votação Apertada

O Senado dos EUA aprovou por pouco Stephen Miran, principal conselheiro econômico do presidente Donald Trump, para um assento no conselho diretor do Federal Reserve. Essa decisão gera discussões sobre a independência da instituição frente à influência política, enquanto o Fed enfrenta desafios econômicos como inflação e desemprego, além de disputas internas como a tentativa fracassada de Trump de demitir uma governadora nomeada por Biden.

Aprovação e Preocupações sobre Independência

O Senado aprovou a nomeação de Stephen Miran com uma votação majoritariamente partidária de 48-47. A indicação gerou preocupações entre democratas sobre a independência histórica do Fed em relação à política diária. Durante uma audiência em comitê no início deste mês, Miran afirmou que manteria seu cargo como presidente do Conselho de Conselheiros Econômicos da Casa Branca, apesar de tirar uma licença não remunerada. Democratas argumentaram que isso é incompatível com um Fed independente.

Miran está completando um mandato não expirado que termina em janeiro, após a renúncia inesperada de Adriana Kugler em 1º de agosto. Ele prometeu, se nomeado para um novo mandato, renunciar ao seu papel na Casa Branca.

Missões Anteriores e Posições de Liderança

Presidentes anteriores também nomearam conselheiros econômicos para o Fed, como Ben Bernanke, que serviu na administração de George W. Bush. No entanto, Bernanke e outros deixaram seus cargos na Casa Branca ao ingressarem no conselho.

Em audiência de 4 de setembro, Miran disse: Agirei de forma independente, como o Federal Reserve sempre faz, com base em minha própria análise pessoal dos dados econômicos. No ano passado, ele criticou o que chamou de “porta giratória” entre funcionários da Casa Branca e do Fed, em um artigo coescrito.

Revés para Trump e Disputa com Lisa Cook

A aprovação de Miran ocorreu enquanto esforços de Trump para influenciar o Fed enfrentaram obstáculos. Ele tentou demitir a governadora do Fed, Lisa Cook, nomeada por Joe Biden para um mandato até 2038. Cook processou e venceu uma primeira rodada em tribunal federal, com um juiz decidindo que a administração Trump não tinha causa justa. A administração apelou, mas um tribunal de apelação rejeitou o pedido na noite de segunda-feira.

Contexto Econômico Atual

Membros do conselho do Fed votam em decisões de taxa de juros e supervisionam o sistema financeiro nacional. Esse debate surge em um momento de incerteza econômica, com inflação acima da meta de 2% do banco central, embora menos do que temido após tarifas abrangentes de Trump sobre importações. O Fed normalmente mantém taxas elevadas para controlar a inflação.

Enquanto isso, o mercado de trabalho enfraqueceu, com taxa de desemprego subindo para 4,3%. Em resposta, o Fed tende a cortar taxas para estimular empréstimos e crescimento. Economistas prevêem redução da taxa chave após reunião de dois dias, de 4,3% para cerca de 4,1%, mas Trump defende cortes mais profundos.