O Giving Pledge exige que os indivíduos mais ricos do mundo doem pelo menos metade de suas fortunas, mas, até agora, apenas John e Laura Arnold cumpriram esse compromisso. Com uma fortuna de cerca de US$ 2,9 bilhões, os Arnolds já doaram mais de US$ 2 bilhões, o que representa aproximadamente 42% de sua riqueza.
Os Arnolds: Um Exemplo de Filantropia Ativa
John Arnold, com uma trajetória que inclui a negociação de gás natural na Enron e a gestão do fundo de hedge Centaurus Partners, decidiu se dedicar integralmente à filantropia aos 38 anos. Desde a criação da fundação “Arnold Ventures” em 2008, os esforços filantrópicos do casal se expandiram significativamente, contando com 150 funcionários e escritórios em Nova York, Washington, D.C. e Houston.
Uma Abordagem Orientada por Dados
A filosofia filantrópica de John e Laura Arnold é fundamentalmente orientada por dados, com foco em pesquisas e na obtenção de resultados reais e mensuráveis. Seus projetos abrangem diversas áreas de políticas públicas, como saúde, ensino superior, justiça criminal e infraestrutura.
Uma crença central na abordagem dos Arnolds é que a riqueza deve ser utilizada no presente, em vez de ser preservada para as gerações futuras. John Arnold já declarou que o casal não deixará uma fundação de legado após a sua morte.
Iniciativas Recentes da Arnold Ventures
Recentemente, a “Arnold Ventures” uniu forças com o American Institute for Boys and Men para impulsionar novas pesquisas sobre as implicações a longo prazo das apostas esportivas online, em um momento em que diversos estados americanos legalizam essa prática.
O Giving Pledge: Compromisso Moral em vs. Exigência Legal
Lançado em 2010 por Bill e Melinda French Gates e Warren Buffett, o Giving Pledge convida os indivíduos e famílias mais ricas do mundo a se comprometerem publicamente a doar pelo menos 50% de sua riqueza para a filantropia, seja em vida ou em testamento. Entre os signatários estão nomes como MacKenzie Scott, Michael Bloomberg, Elon Musk, George Lucas e Mark Zuckerberg.
É importante notar que o Giving Pledge é um compromisso moral, e não uma obrigação legalmente vinculante. Os participantes assinam uma carta aberta detalhando suas motivações para doar e têm a liberdade de escolher as causas e instituições a serem apoiadas.
A Realidade do Cumprimento do Compromisso
Um relatório de 2025, intitulado The Giving Pledge at 15, aponta que Laura e John Arnold são os únicos participantes a cumprir tecnicamente o compromisso desde que o assinaram em 2010.
Os Arnolds devem ser elogiados, eles decidiram ousadamente doar e estudar como a filantropia pode realmente mover dinheiro para fora em vez de sequestrar riqueza. Eles estão entre os jogadores mais significativos da turma do Giving Pledge quando se trata de impulsionar a reforma real das instituições de caridade.
Dentre os 22 Pledgers americanos falecidos, apenas oito cumpriram seu compromisso antes da morte, sendo Chuck Feeney o único a doar toda a sua fortuna em vida.
Dos 57 signatários americanos originais em 2010, 32 continuam bilionários, com um aumento de quase 300% em seus patrimônios líquidos. Apenas 11 do grupo original não são mais bilionários, e isso se deve, em grande parte, à diminuição de sua riqueza, e não a doações.
A riqueza está se acumulando incrivelmente rápido para as pessoas mais ricas da América. O Giving Pledge é um dos poucos compromissos públicos que eles fazem em vez de regulamentação ou tributação federal mais forte – então seu cumprimento é realmente importante.
John Arnold tem defendido o Giving Pledge publicamente, especialmente após notícias de que Peter Thiel teria incentivado Elon Musk a abandonar o compromisso por receio de que sua riqueza fosse destinada a “organizações sem fins lucrativos de esquerda”.
Arnold expressou sua visão sobre a responsabilidade da riqueza:
“A multiplicidade de fortunas bilionárias, sejam elas de nível 1, 10 ou 100, têm o potencial de serem usadas para um benefício enorme. Não oferecerei conselhos não solicitados sobre o que acho que alguém deveria fazer com seu dinheiro. Apenas sugeriria que descobrir o que fazer com ele de forma produtiva pode ser tão importante quanto tentar ganhar mais.”
