O Secretário do Tesouro Scott Bessent apresentou visões distintas sobre o Canadá e a Argentina em recentes entrevistas, contrastando a imposição de tarifas a um aliado de longa data como o Canadá com o apoio financeiro aos desafios econômicos da Argentina.
Contrastes na Política Comercial e de Apoio
O Secretário do Tesouro Scott Bessent demonstrou abordagens claramente diferentes em relação ao Canadá e à Argentina. Enquanto o Canadá, um aliado histórico dos EUA, se tornou alvo de tarifas, a Argentina recebeu um socorro financeiro significativo dos EUA. Essa dicotomia reflete diferentes estratégias da administração em questões comerciais e de política externa.
A Questão das Tarifas Canadenses
Em uma entrevista concedida ao programa Meet the Press da NBC, Scott Bessent abordou a perspectiva de uma tarifa adicional de 10% a ser imposta ao Canadá. Essa medida surge em resposta a um anúncio de TV antitariFAS veiculado pelo governo de Ontário. Bessent descreveu o anúncio como:
“Isso é uma espécie de propaganda contra cidadãos americanos. É uma operação psicológica.”
O anúncio em questão apresentava comentários do Presidente Ronald Reagan criticando tarifas. O primeiro-ministro de Ontário indicou que o anúncio seria retirado após os primeiros jogos da World Series. O Presidente Trump, por sua vez, classificou o anúncio como uma “falsa representação dos fatos” e um “ato hostil”, chegando a cancelar negociações com o Canadá sobre o assunto. Trump também sugeriu que o anúncio visava influenciar a Suprema Corte em um caso relacionado à sua capacidade de justificar tarifas com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.
Isolamento de Ontário
Embora os gabinetes do primeiro-ministro canadense e de Ontário não tenham respondido imediatamente aos pedidos de comentários, o Primeiro-Ministro Mark Carney, durante um fórum econômico na Malásia, pareceu isolar a província, afirmando que as negociações com os EUA são:
“a única responsabilidade do governo do Canadá.”
Linha de Swap com a Argentina
Ainda na entrevista à NBC, Bessent foi questionado sobre uma linha de swap de moeda de US$ 20 bilhões estendida à Argentina, que enfrenta dificuldades para estabilizar sua moeda. O resgate gerou críticas, inclusive de republicanos como a representante Marjorie Taylor Greene, que questionou a prioridade de ajudar a Argentina com tais quantias enquanto americanos enfrentam altos custos.
Bessent defendeu a medida, afirmando:
“É América em primeiro lugar porque estamos apoiando um aliado dos EUA. Não haverá perdas para os contribuintes. Isso é uma linha de swap. Não é um resgate.”
Estabilização Econômica e Evitar Estados Falidos
Ele explicou que os fundos provêm do Fundo de Estabilização de Câmbio do Departamento do Tesouro, garantindo que nunca houve perdas com esse programa. No entanto, a intervenção cambial dos EUA ainda não conseguiu reverter a desvalorização do peso argentino. Analistas questionam a recuperação do investimento, especialmente com a expectativa de que o presidente argentino Javier Milei desvalorize o peso após as eleições locais.
Bessent reiterou que a administração busca evitar o surgimento de mais um “estado falido” na América Latina, exemplificando com a Venezuela. Ele concluiu:
“Então, achamos que é muito melhor usar o poder econômico americano antecipadamente para estabilizar um governo amigo e liderar o caminho. Porque temos muitos outros governos na América Latina, Bolívia, Equador, Paraguai, que querem seguir. Então, prefiro estender uma linha de swap a ter que atirar em barcos carregando drogas… saindo da Venezuela.”






